Circular nº 14/2020 – Atividades não presenciais no período da pandemia
22
- abril
2020
Posted By : assessoria de comunicacao
Circular nº 14/2020 – Atividades não presenciais no período da pandemia

Recife, 22 de abril de 2020.

Prezadas diretoras, caros diretores,

O período que estamos vivendo, marcado pelas incertezas e adversidades da pandemia provocada , em escala mundial, pelo coronavírus, tem-nos levado, enquanto mantenedores e gestores, a buscar alternativas, diante do isolamento social a todos nós imposto, para manter contato com a comunidade escolar com a qual vimos convivendo no dia a dia das nossas escolas.

Uma das saídas para mantermos esse vínculo com nossos alunos e suas famílias é , sem dúvida, a realização de atividades não presenciais, remotas, com todos os recursos tecnológicos disponíveis, através das mídias digitais.

Após as férias docentes, a partir do mês de maio, cada escola irá organizar o seu calendário letivo das atividades não presenciais do ensino-aprendizagem, definindo metodologia e sistema de avaliação, juntamente com seus professores e equipe pedagógica, em reuniões virtuais. A Portaria MEC nº 343/20 estabelece substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais. A MP nº 934/20 flexibilizou, excepcionalmente, a exigência do cumprimento da obrigatoriedade de no mínimo 200 dias de efetivo trabalho escolar anuais, desde que cumpra a observância da carga horária mínima anual de 800 horas. A escola definirá os critérios de execução e supervisão do cumprimento da carga horária estabelecida.

Seguem abaixo sugestões, iniciativas e recursos que poderão contribuir para que nossas escolas, nesse período de excepcionalidade, possam enfrentar o desafio de permanecerem conectadas à sua comunidade escolar e abrir, quando tudo isso passar, perspectivas e experiências inovadoras que as sintonizarão com o novo mundo que daí surgirá.

Todos nós, porém, temos a convicção de que o ambiente escolar, com todas as suas especificidades, é insubstituível na promoção do desenvolvimento integral da criança, do adolescente.

                                                            Atenciosamente,

                                                          Diretoria Executiva

                                                              SINEPE-PE

ATIVIDADES NÃO PRESENCIAIS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL, NO PERÍODO DA PANDEMIA

No contexto de excepcionalidade trazido pela pandemia do coronavírus, é necessário reconhecer que as crianças pequenas estão em seus lares todo o tempo e têm necessidade de dar vazão à sua capacidade de interação e comunicação e curiosidade para descobrir e investigar o que tem ao seu redor. Nessa perspectiva, é fundamental que as famílias se sintam apoiadas e que as instituições de ensino possam organizar momentos de trocas com os pais, práticas pedagógicas e propostas de atividades, ações e brincadeiras que sejam interessantes para o desenvolvimento e a aprendizagem.
A Rede Privada de Ensino resolveu atuar diretamente nesse processo, no intuito de garantir os momentos de escolaridade , nesse momento emergencial, de modo a promover, significativamente, com fundamentos pedagógicos, atividades que levem ao aprendizado e à aquisição de conhecimentos.
Para que o tempo dedicado a estas atividades não presenciais – sempre propostas por meios diversificados para as crianças, com orientações de acompanhamento das famílias – possa ser contabilizado dentro da carga horária mínima anual, elas deverão ser devidamente registradas e documentadas pela escola.
Os materiais que forem produzidos pelas crianças – de construção de objetos, desenho ou escrita – deverão, sempre que possível, ser levados para escola na volta das atividades, seja no formato físico, fotos ou pequenos vídeos realizados de forma simples com aparelho celular, com o intuito de auxiliar os professores nesta verificação de atividades para a continuidade do processo de aprendizagem, por ocasião da retomada cuidadosa e gradual das atividades presenciais.
Muito importante, também, que as professoras de sala das crianças tenham , se possível, diariamente, momentos on-line programados com o seu grupo de alunos , no intuito de manter os laços afetivos, como também para dar continuidade ao trabalho que vinha sendo desenvolvido.
A respeito destas atividades pedagógicas propostas durante a quarentena, é necessário enfatizar que elas devem promover muita interação e brincadeiras, bem como considerar e incentivar a criança a ser curiosa, ativa e comunicativa
Um exemplo é a leitura em voz alta. Enquanto contamos ou lemos uma história, as crianças ouvem, mas também imaginam, pensam, comparam, observam o nosso tom de voz, a maneira como nos relacionamos e como cuidamos dos livros. Também percebem o nosso interesse e entusiasmo.
Com este tipo de atividade, elas aprendem modos de ser, a gostar das coisas, percebem os outros e a si mesmas, vão aprendendo modos de se relacionar com o ambiente e com os outros, criando uma imagem de si e constituindo a sua autoestima.
Em outras palavras, as crianças aprendem enquanto vivem e convivem. Aprendem e percebem o mundo por inteiro: quando observam, ouvem e pensam, brincam, experimentam, descobrem, comparam e expressam, por meio de diferentes linguagens, aquilo que vão aprendendo e percebendo do mundo ao redor.
Essas aprendizagens também podem acontecer em diferentes momentos da rotina da casa e é bom que isto seja enfatizado para os pais e famílias: na hora de escovar os dentes, na hora das refeições, na realização de brincadeiras e jogos, na confecção de brinquedos ou pequenos instrumentos que produzam sons diversos, em momentos de exploração com cores e tintas, sempre pensando no desenvolvimento da autonomia dos pequenos. É possível usar esse tempo de recolhimento para resgatar as histórias da família. Ou incluir brincadeiras com palavras que são simples, mas divertidas, como trava-línguas, parlendas, adivinhas, entre tantas outras para desenvolver a oralidade. Em todas as propostas ou sequências que os educadores enviarem para as famílias há que se considerar a intencionalidade de desenvolver os campos de experiência e respeitar os direitos de aprendizagem (BNCC).
Nesse momento delicado para todos de confinamento e isolamento social, pode-se aprimorar a parceria família-escola acolhendo as sensações e sentimentos dos familiares, propondo ações com as crianças que os pais ou responsáveis sintam-se convidados a realizar e possivelmente criar outras,
reforçar a ideia de que escola e família estão juntos na corresponsabilidade do desenvolvimento integral das crianças.
É importante desafiar as famílias a repensar: o que é viver o cotidiano com os bebês e as crianças pequenas; o que se pode aprender com as crianças no dia-dia e como descobrir as maneiras com que elas se comunicam conosco, nos desafiam e descobrem em casa. Essas observações podem gerar informações preciosas, das famílias para as escolas, no retorno às aulas de Educação Infantil.
Nossas escolas deverão registrar de forma pormenorizada e arquivar as comprovações que demonstram as atividades escolares realizadas fora da escola, a fim de que possam ser autorizadas a compor carga horária de atividade escolar obrigatória a depender da extensão da suspensão das aulas presenciais durante o presente período de emergência.
Enfim, o objetivo é garantir o diálogo, com base pedagógica, entre Escola e Família, bem como o processo de desenvolvimento e aprendizagem para as crianças em suas residências, em formatos que sejam adequados ,tendo em vista a excepcionalidade da atual situação.
As orientações para realização de atividades pedagógicas não presenciais neste momento devem ser consideradas como sugestões, uma vez que, nessa hora, a inovação e criatividade da equipe técnica, professores e estudantes podem apresentar soluções mais adequadas.
O que deve ser levado em consideração é, sobretudo, o atendimento dos objetivos de aprendizagem e o desenvolvimento das competências e habilidades a serem alcançados pelas crianças, em circunstâncias excepcionais provocadas pela pandemia.

O ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS EM TEMPO DE PANDEMIA

Nesta etapa, existem dificuldades para acompanhar atividades on-line, uma vez que as crianças do primeiro ciclo encontram-se em fase de alfabetização, sendo necessária supervisão de adulto para realização de atividades. No entanto, pode haver possibilidades de atividades pedagógicas não presenciais com as crianças desta etapa da educação básica.
Para tanto sugerem-se aqui as seguintes possibilidades, para que as atividades sejam realizadas:

1. Aulas on-line, preferencialmente com inserção da professora de sala de aula, para manter os laços afetivos e pedagógicos do cotidiano escolar, organizadas de acordo com o planejamento de aulas e conteúdos elaborados pela escola, ou via plataformas digitais de organização de conteúdos por sistemas de ensino, por exemplo.

2.  Proposição de atividades e exercícios, sequências didáticas, trilhas de aprendizagem por fluxo de complexidade relacionadas às habilidades e aos objetos de aprendizagem.

3.  Orientação aos pais para realização de atividades relacionadas aos objetivos de aprendizagem e habilidades da proposta curricular.

4.  Guia de orientação aos pais e estudantes sobre a organização das rotinas diárias.

5. Incentivo e indicação adequada de livros para que os pais realizem leituras para/com seus filhos.

6.  Indicação de horários de TV aberta para levar programas educativos compatíveis com as crianças desta faixa etária, orientando os pais para o que elas possam assistir.

7.  Elaboração de materiais impressos compatíveis com a idade da criança para realização de atividades (leitura, desenhos, pintura, recorte, dobradura, colagem, entre outros).

8. Indicação de vídeos educativos (de curta duração) por meio de plataformas on-line, mas sem a necessidade de conexão simultânea seguidos de atividades a serem realizadas com a supervisão dos pais.

9. Realização de atividades on-line síncronas, regulares em relação aos objetos de conhecimento, de acordo com a disponibilidade tecnológica.

10. Oferta de atividades on-line assíncronas regulares em relação aos conteúdos, de acordo com a disponibilidade tecnológica e familiaridade do usuário.

11.  Estudos dirigidos com supervisão dos pais.

12. Exercícios  e tarefas de casa, de acordo com os materiais didáticos utilizados pela escola.

13. Atendimento on-line, individualizado, agendado, sobre questões pedagógicas e orientacionais, em relação a cada criança,  com os pais,  por meio de aplicativos de mensagens instantâneas e outros, conectando equipe técnica, professores e as famílias.

O ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS, EM TEMPO DE PANDEMIA

Nesta etapa, as dificuldades cognitivas para a realização de atividades on-line são reduzidas ao longo do tempo, com maior autonomia dos estudantes, sendo que a supervisão de adulto para realização de atividades pode ser feita por meio de orientações e acompanhamentos com o apoio de planejamentos, metas, horários de estudo presencial ou on-line.
Aqui as possibilidades de atividades pedagógica não presenciais ganham maior espaço. Neste sentido, sugere-se:

1. Elaboração de sequências didáticas construídas em consonância com as habilidades e competências preconizadas por cada área de conhecimento na BNCC.

2.   Estudo sobre a possibilidade de se utilizar horários de TV aberta para levar programas educativos compatíveis para adolescentes e jovens.

3.  Indicação de vídeos educativos (de curta duração) por meio de plataformas on-line, mas sem a necessidade de conexão simultânea, seguidos de atividades a serem realizadas com a supervisão dos pais.

4. Realização de atividades on-line síncronas de acordo com a disponibilidade tecnológica.

5. Oferta de atividades on-line assíncronas de acordo com a disponibilidade tecnológica.

6. Efetivação de estudos dirigidos, pesquisas, projetos, entrevistas, experiências, simulações e outros.

7.  Aplicação de testes on-line ou por meio de material impresso a serem entregues ao
final do período de suspensão das aulas.

8. Utilização de mídias sociais de longo alcance (WhatsApp, Facebook, Instagram etc.) para estimular e orientar os estudos, desde que observadas as faixas etárias para o uso de cada uma dessas redes sociais.

O ENSINO MÉDIO EM TEMPO DE PANDEMIA

Nesta etapa, as dificuldades cognitivas para a realização de atividades on-line são reduzidas ao longo do tempo, com maior autonomia dos estudantes, embora seja muito importante que os pais e, ou responsáveis pelo jovem evidenciem atenção e interesse pela realização de atividades  para ele  planejadas  pelos seus professores.

Pode ser feita por meio de orientações e acompanhamentos com o apoio de planejamentos, metas, horários de estudo presencial ou on-line.
Aqui as possibilidades de atividades pedagógica não presenciais ganham maior espaço. Neste sentido, sugere-se:

1. Elaboração de sequências didáticas construídas em consonância com as habilidades e competências preconizadas por cada área de conhecimento, dentro do planejamento para cada série, à luz da programação estabelecida pelos vestibulares ( UPE-SSA; ENEM etc), consoante o material didático/sistema de ensino adotado pela escola.

2.   Estudo sobre a possibilidade de se utilizar horários de TV aberta/fechada para levar programas educativos compatíveis para adolescentes e jovens.

3.  Indicação de vídeos educativos (de curta duração) por meio de plataformas on-line, mas sem a necessidade de conexão simultânea, seguidos de atividades a serem realizadas com a supervisão dos pais.

4. Realização de atividades on-line síncronas, de acordo com a disponibilidade tecnológica.

5. Oferta de atividades on-line assíncronas, de acordo com a disponibilidade tecnológica.

6. Efetivação de estudos dirigidos, pesquisas, projetos, entrevistas, experiências, simulações e revisões focadas na programação do vestibular.

7.  Aplicação de testes, simulados on-line, ou por meio de material impresso a serem entregues durante o período de quarentena/isolamento social,  ou mesmo ao final do período de suspensão das aulas.

8. Utilização de mídias sociais de longo alcance (WhatsApp, Facebook, Instagram etc.) para estimular e orientar os estudos, desde que observadas as faixas etárias para o uso de cada uma dessas redes sociais.

A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO CONTEXTO DO PERÍODO DE PANDEMIA

As atividades pedagógicas não presenciais aplicam-se aos alunos de todos os níveis, etapas e modalidades educacionais, portanto, extensivas àqueles submetidos a regimes especiais de ensino, entre os quais, os que apresentam altas habilidades/superdotação, deficiência e Transtorno do Espectro Autista, atendidos pela modalidade de Educação Especial.

As atividades pedagógicas não presenciais mediadas ou não por tecnologia de informação e comunicação, adotarão medidas de acessibilidade para os seus alunos que tenham acompanhamento por profissionais habilitados e vinculados à escola.

O Atendimento Educacional Especializado (AEE) deve também ser garantido no período de emergência, mobilizado e orientado por professores regentes, professores especializados, em articulação com as famílias para a organização das atividades pedagógicas não presenciais a serem realizadas.

Os professores do AEE atuarão com os professores regentes em rede, articulados com a equipe escolar, desempenhando suas funções na adequação de materiais, provimento de orientações específicas às famílias e apoios necessários. Eles também deverão dar suporte às escolas na elaboração de planos de estudo individualizados, segundo a singularidade dos alunos, a serem disponibilizados e articulados com as famílias.

No caso dos estudantes matriculados em instituições privadas, de qualquer nível e modalidade de ensino, o atendimento educacional especializado deverá ser realizado pelos profissionais responsáveis no âmbito de cada escola.

Algumas situações requerem ações mais específicas por parte da instituição escolar, como nos casos de acessibilidade sociolinguística aos estudantes surdos usuários da Língua Brasileira de Sinais (Libras), acessibilidade à comunicação e informação para os estudantes com deficiência visual e surdocegueira no uso de códigos e linguagens específicas, entre outros recursos que atendam àqueles que apresentem comprometimentos nas áreas de comunicação e interação.

Vale ressaltar que as orientações gerais direcionadas aos diversos níveis de ensino, presentes neste documento, também se aplicam às especificidades do atendimento dos estudantes da Educação Especial, modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de educação, como previsto na LDB.